sexta-feira, 11 de março de 2011

O PERIGO DE OLHAR PARA TRÁS



JORNAL DIÁRO DA REGIÃO
Escritor por: Gisele Bortoleto
Data: 11/03/2011

Investigar de maneira obsessiva o passado do parceiro é sinal de insegurança, que desencadeia ciúme, sofrimento e prenuncia o fracasso da relação

Deveríamos levar mais a sério a frase do célebre escritorfrancês Gustave Flaubert (1821-1880), que diz que “O futuro tormenta-nos e o passado retém-nos. É por isso que o presente nos foge”. Ainda mais quando o assunto são os relacionamentos humanos, que não se repetem e cada relação é única. Qualquer  Um que inicie uma relação amorosa sabe que a pessoa com quem está se envolvendo teve outros relacionamentos - alguns mais e outros menos significativos.
À medida que a relação vai evoluindo, as pessoas precisam saber se as relações anteriores ficaram  realmente bem guardadas no passado. Como existem diferenças  muito significativas de pessoa  para pessoa, e sobretudo porque a história de cada casal é única e especial, surgem, muitas vezes, conflitos sérios a propósito desta questão. Os especialistas garantem que em qualquer relação conjugal  a confiança é crucial para a consolidação da intimidade, e vasculhar as relações do passado costuma fazer mais mal do que bem para a estabilidade da relação. Não ter essa confiança  é algo que vai completamente fora do curso que qualquer pessoa deseja em uma relação.
E, muitas vezes, o nosso mau hábito de vasculhar o passado surge da crença nas  palavras do filósofo chinês Confúcio (551-479 a.C.): “Se queres prever o futuro, estuda  o passado”.
Sentir-se seguro ao iniciar um novo relacionamento é algo que todas as mulheres, e muitos homens  (acredite), buscam. Dessa forma, muitas pessoas mergulham de cabeça à procura de informações sobre o passado.
Investigar de maneira obsessiva o passado da outra parte é um sinal de insegurança e medo de sofrer. É uma atitude das pessoas que não têm critérios próprios ou não valida as próprias referências.
A psicóloga cognitivo-comportamental  Mara Lúcia Madureira  afirma que algumas pessoas precisam vasculhar o passado da cara-metade para ficar remoendo as lembranças, recriando cenas conforme sua
própria interpretação a fim de sofrer. O sofrimento a conduz a um estado de vitimização, como se ela não tivesse o direito de ser feliz e precisasse do sofrimento  e da insegurança para sentir que ama.
“Esse é um comportamento obsessivo, um pensamento ruminante, e a pessoa precisa ter acesso a essas informações que nunca vai saber realmente  porque o outro sempre pode dizer o que quiser”, diz Mara Madureira.
O que não podemos nos esquecer é que o passado não se repete e que cada relação é construída de uma maneira. Atitudes como essas podem resultar em discussões frequentes e até no fim da relação. 
Se a parte vasculhada gosta dessas cenas de ciúme e, para  ela, é prazeroso ver o sofrimento da pessoa, a relação se  manterá nesses moldes. Caso contrário, o fim estará próximo.  Se houver interesse em deixar esse comportamento de lado, será preciso procurar ajuda terapêutica.
Para a psicóloga Gisele Lelis Vilela de Oliveira, essa invasão ocorre por ciúme, um sentimento normal no ser humano, universal. No entanto, ele se manifesta de forma diferenciada  em cada personalidade. 
O ciúme surge de diversas formas e a origem está vinculada  ao sentimento de inferioridade,  desprezo ou exclusão pela outra pessoa. Ele se instala em momentos de insegurança e incerteza.
O ciúme normal é desencadeado por fatos reais e passageiros. Ele pode ser positivo se moderado, pois mostra ao parceiro que as conquistas precisam ser  realizadas dia a dia e que cada lado do casal deve conquistar o outro diariamente. No ciúme patológico, a pessoa não precisa de motivos, está sempre em vigilância, apresenta um grande desejo de controlar totalmente o parceiro e seus sentimentos.  "Apresentam uma preocupação obsessiva com relação ao passado do parceiro e seus relacionamentos anteriores, vasculhando assim o passado dele, buscando fatos e detalhes, uma desconfiança excessiva e sem fundamentos”, diz Gisele Lelis.
Esses sentimentos envolvem ainda um medo excessivo de perder o parceiro para outra pessoa, que pode ser um ex, uma pessoa atual na vida do parceiro ou, até mesmo, rivais imaginados. Gisele afirma ainda que isso pode ser extremamente prejudicial ao relacionamento, no entanto, há pessoas que não conseguem lidar com esses sentimentos de forma saudável e a dor causada pelo sentimento de perda é muito grande, e inviabiliza um envolvimento mais intenso. “É preciso que se realize uma reflexão a  respeito disso, pois a pessoa pode estar perdendo a oportunidade de melhorar  a sua relação com o parceiro, de  melhorar a qualidade desse vínculo amoroso que tanto deseja manter”, explica. Isso faz mal tanto para as vítimas do ciúme quanto para seus parceiros. Essa dinâmica faz com que o  investimento na relação seja muito prejudicado e que o companheiro não seja investido de nossas emoções o tanto quanto se gostaria, deixando com isso de vivenciar momentos exclusivos e únicos ao lado do parceiro que elegeu. Oque faz com que nos sintamos  mais seguros em uma relação é a soma de momentos que vivenciamos ao lado do parceiro, com isso, cria-se uma cumplicidade que proporciona  segurança.
“Precisamos nos lembrar que um relacionamento  saudável potencializa o que as pessoas têm de  melhor”, explica  Gisele Lelis.
Essa distorção do amor faz com que a pessoa experimente várias emoções e inúmeros transtornos no contexto de seus relacionamentos amorosos. E isso não vai se modificar mudando de parceiro e, sim, a
partir de reflexões sobre suas atitudes, de mudança de comportamentos assumidos diante da vida e dos relacionamentos amorosos.
Isso leva a um sofrimento intenso, pois o ciumento patológico costuma olhar tudo com uma lente de aumento.“Há pessoas que passam do limite por falta de confiança em si mesmo, medo de perder o parceiro ou até mesmo por insegurança, e isso gera muito sofrimento. É um sentimento que escraviza e
atormenta”, diz. Muitas vezes, as pessoas passam a vida colecionando frustrações e sofrimentos, e com isso, não se dão a chance de mudar,  de experimentar o novo, de vivenciar outras possibilidades e intensidades.
A psicóloga cognitivo-comportamental  Janaina Moreira afirma que a insegurança e o ciúme levam a  esse comportamento, na maioria das vezes, porém, a pessoa pode também desejar controlar todos os passos do companheiro pelo simples fato de querer manter o controle da situação. No primeiro caso, é  preciso que o casal se entenda e que a pessoa que está com essa obsessão coloque ao parceiro os  motivos da insegurança. “Muitas vezes, isso vem do sentimento de inferioridade, da autoestima baixa”,  diz. O resultado pode ser o final do relacionamento, pois ninguém gosta de ser vigiado ou controlado.
Uma relação na qual o parceiro,  ou ambos, se sente seguro apenas se souber de cada passo que o outro dá está fadada ao  fracasso.
É muito comum que namorados informem ao parceiro a senha de e-mails, MSN ou orkut, por exemplo,  como forma de cumplicidade. No entanto, isso dá início a um relacionamento sem individualidade alguma. 
“Todos temos uma vida paralela e isso não é sinônimo de infidelidade. Quando a pessoa vasculha algo, ela já está pronta para encontrar motivos para desconfiança”, diz Janaina Moreira. Uma simples conversa com uma pessoa que ela não goste pode ser motivo de briga. O sofrimento, neste caso, segundo explica ainda Janaína, é de ambos. O ciumento acaba entrando em um ciclo de procurar o  tempo todo motivos e provas de que está sendo traído e, com isso, deixa de curtir uma relação que  podia ser prazerosa. Já quem é controlado pode se sentir sufocado.

quinta-feira, 10 de março de 2011

AMOR TRADUZIDO EM GESTOS


 
JORNAL DIÁRIO DA REGIÃO
Escritor por: Gisele BortoletoNany Fadil
Data: 02/01/2011


A afetividade interfere na forma como vemos o mundo e as pessoas. Resgatá-la por meio do diálogo e demonstrá-la com atitudes concretas são fatores que colaboram para o nosso desenvolvimento emocional.

Demonstrar a afetividade pode fazer toda a diferença em nossas vidas. Não importa se no relacionamento íntimo, no trabalho ou em casa: o afeto é a chave para mergulhar no coração e nas boas intenções de uma pessoa. Sobressaem-se cada dia mais aqueles que reconhecem a importância de um sorriso, uma dose de paciência ou uma amizade sem nenhum interesse. Enfim, as pessoas que sabem levar a vida com leveza e que tornam o ambiente melhor ao seu redor.
O psicólogo chileno Rolando Toro (1924-2010) - criador da biodanza, a dança da vida -, dizia que a afetividade é o potencial inato que garante a conservação da vida e ela se torna sagrada porque a amamos. Segundo ele, vivemos um vazio existencial que tentamos preencher com a busca incessante de juventude, beleza, conforto e consumo, distanciando-nos muito do essencial, que é a vivência do amor, da união, da empatia e da solidariedade. Ele defendia que, no fundo, as pessoas querem amar e ser  amadas, porém é exatamente o mais difícil de acontecer hoje, pois vivemos numa sociedade onde as emoções e sentimentos são bloqueados.
A inteligência não está mais ligada à afetividade e é ela que nos faz sentir parte do todo. Rolando Toro afirmava ainda que é o afeto que nos dá a alegria de viver, a sensação de nos sentirmos vivos, ligados à natureza e a outros seres humanos. “Nosso mundo fez progressos tecnológicos maravilhosos, mas infelizmente não está a serviço do desenvolvimento da emoção”, disse uma vez durante entrevista.
Toro afirmou ainda que precisamos criar novas pautas internas para viver. Cabe à educação criar novos espaços e tempos para que as pessoas possam sentir que o caminho do cuidado e da afetividade pode ser vivido e não apenas esperado.
A psicóloga Gisele Lelis Vilela de Oliveira explica que a afetividade é um conjunto de respostas subjetivas e definidas. Essas respostas são expressas através dos sentimentos, emoções, sensações, estados emocionais, desejos, paixões, necessidades e humores. A afetividade determina a atitude das pessoas diante das experiências. Ela é o que impulsiona nossas vivências.  É através dos afetos que qualificamos os objetos do nosso mundo interior e do nosso mundo exterior. É através dos afetos que qualificamos nossas vivencias diárias, se estamos com raiva, tristes, contentes, se estamos apaixonados e assim por diante. A afetividade interfere na representação que cada um de nós tem do mundo, na  qualidade das nossas representações, é o que dá cor aos nossos pensamentos, motivações e  sentimentos: se a vida é mais colorida ou menos colorida, se a visão do futuro é mais otimista ou pessimista.
A demonstração de afetividade favorece o crescimento psíquico-social. O nosso desenvolvimento emocional depende da afetividade. Ou seja, ela interfere no crescimento pessoal de cada um de nós.
É possível desenvolver a afetividade principalmente com relação às crianças, pois ela se dá  paralelamente ao processo de desenvolvimento cognitivo. É possível que a afetividade se desenvolva de outra forma desde a infância, com os pais e professores auxiliando os pequenos em um processo de reconhecimento de suas emoções, sem priorizar essa ou aquela emoção como sendo melhor ou pior, mas buscando auxiliá-los na nomeação do que estão sentindo, ajudando-os a verbalizar o que esta acontecendo e assim ajudá-los na busca por respostas para os seus problemas.
No caso dos adultos, esse desenvolvimento pode ser obtido através de um processo terapêutico em que o paciente junto ao terapeuta crie novas lógicas de conduta afetiva.
A nossa afetividade não depende só de fatores internos, mas também do meio social no qual estamos inseridos. As emoções causam efeitos intensos e imediatos no nosso organismo e no nosso modo de lidar com as situações. Muitas vezes, o aprendizado emocional foi complicado na infância e isso repercute para a vida toda. “Muitas vezes, os pais, ao educarem os filhos, agem de forma negativa na preparação emocional" Diz Gisele Lelis
As crianças costumam ser recriminadas por apresentarem determinados sentimentos. “Sem a  afetividade, os nossos papéis são cumpridos de forma mecânica e não apresentamos vitalidade e criatividade”, afirma ainda. A apatia afetiva pode ser observada em alguns transtornos neuróticos.
A diminuição do afeto, por exemplo, pode estar presente nos casos de várias enfermidades mentais.
A indiferença afetiva é característica de algumas personalidades antissociais ou psicopatias em que os indivíduos apresentam ausência de vergonha, remorso entre outras emoções.
A afetividade é importante para a estruturação do ser humano. Quando fazemos parte de um grupo, quer seja ele familiar, profissional ou social, realizamos desejos, necessidades e nos satisfazemos.
Alegramo-nos, nos entristecemos, nos emocionamos ao ver ou participar de algum momento especial.
Portanto sem essas demonstrações de afetividade, sem essas marcas afetivas, nossas vidas perderiam a vivacidade, o colorido.

quarta-feira, 9 de março de 2011

SEXUALIDADE NA GRAVIDEZ

Autor: Gisele Lelis Vilela de Oliveira

Durante a gravidez podem ocorrem várias alterações na sexualidade. Algumas pesquisas mostram que durante a gravidez, a atividade sexual sofre uma redução de 40 a 60%, em virtude de todas as mudanças.A gravidez é um período de adaptação não só para a mulher, mas também para o homem.  Para a mulher é um turbilhão de mudanças, são adaptações físicas, emocionais, hormonais e também sexuais. Essas mudanças envolvem os aspectos psicológicos, biológicos e sociais.
A mulher, a partir do momento em que ela entra no período gestacional, passa a se ver e ser vista de modo diferente. A partir daí ela iniciará uma fase de desenvolvimento com diversas transformações orgânicas e emocionais.
Emocionalmente a mulher pode apresentar dificuldades em aceitar as modificações corporais. Ela pode deixar de sentir-se atraente ou desejada, havendo intensa redução da sua autoestima, e por isso passa a estar pouco disponível para o relacionamento sexual. Algumas mulheres passam ainda por períodos de depressão o que também inibe as iniciativas sexuais.
Caso a mulher grávida esteja com a auto estima muito rebaixada ela pode passar a manifestar muita insegurança com relação ao parceiro e também passar a apresentar pensamentos negativos com relação ao bebê.  Essa é uma situação que favorece um distanciamento maior do parceiro. A auto estima rebaixada é um sintoma de depressão, por isso é importante estar atento.
Principalmente nas mães de primeira viagem a diminuição na libido pode estar relacionada também ao medo de abortar, a rejeição à gravidez ou até mesmo a rejeição por parte do parceiro, além é claro do desconforto físico proporcionado pelas dores de cabeças, enjôos, vômitos. Por diversos motivos emocionais e práticos a mulher pode passar a excluir o parceiro de sua vida. Os sintomas emocionais das mulheres durante esse período podem provocar um distanciamento de fato do companheiro o que pode provocar ainda mais mal estar.
O homem não apresenta alterações orgânicas, no entanto, pode apresentar ansiedade com relação ao parto, a criação dos filhos e também a respeito de sua responsabilidade de ser pai. Além disso, a questão estética da mulher pode influenciar na performance sexual masculina, a mulher perde atrativos sexuais considerados importantes.
O homem também pode experimentar a sensação de ser o protetor da mulher passando a vê-la como mãe, isso provoca afastamento sexual pois o mesmo quer protegê-la e ao mesmo tempo não prejudicar o bebê.
A partir do terceiro trimestre de gravidez aumentam os movimentos fetais e estes passam a ser percebidos visualmente e também no contato corporal. Esses movimentos demonstram a presença viva do filho e isso também pode inibir a sexualidade. O fato de ter medo de machucar o bebê durante o ato sexual também é um agravante para a sexualidade masculina.
O Sexo não se limita a penetração, há outros modos de se relacionar. Abuse de sua criatividade!
O fato é que o relacionamento do casal depende e muito do estado emocional de cada um dos pares, tanto do homem quanto da mulher.  Devido a isso, é importante ressaltar que nem todos os casais vivenciam esses problemas e que a intensidade provocada pela crise da gravidez é uma singularidade de cada casal. Enquanto algumas mulheres perdem o desejo, outras podem experimentar o orgasmo pela primeira vez.
Sexo durante a gravidez deve ser uma escolha do casal e para isso ocorra de modo saudável o diálogo, paciência, carinho e atenção são muito importantes já que os dois podem falar sobre o que sentem e assim criar uma relação de cumplicidade e entendimento dos sentimentos um do outro.

ESCOLHA PROFISSIONAL: COMO OS PAIS PODEM AUXILIAR OS FILHOS

Autor: Gisele Lelis Vilela de Oliveira

Decidir sobre qual profissão seguir não é tarefa fácil!
Atualmente, os adolescentes são incentivados a fazer uma das escolhas mais importantes da sua vida, cada vez mais novos. Que profissão seguir na vida adulta?
Felizmente a orientação profissional na atualidade não é limitada ao período da adolescência constituindo-se como um processo permanente.
Como os pais podem colaborar, auxiliar seus filhos nesse momento tão decisivo?
A escolha profissional não pode ser encarada como uma solução rápida para um problema urgente. Atualmente o desafio é criar condições para que o jovem vá se preparando para a escolha de sua carreira aos poucos.
Para isso, os adolescentes vão precisar da ajuda dos pais, e claro das escolas, para mostrar a eles as diferentes possibilidades que a vida pode lhe proporcionar. Mostrar a eles que existem diversas possibilidades, que há diversas direções para que ele possa se definir é importante para que o mesmo possa buscar dentro de si algumas das respostas necessárias para que possa tomar decisões pertinentes com relação à profissão a seguir.
Não existem respostas prontas no modo como os pais podem orientar seus filhos com relação à escolha profissional, no entanto, evitar pressões já é um bom começo.
Afinal de contas, é inevitável que os pais tenham expectativas com relação a escolha profissional dos filhos, em muitos casos isso ocorre antes mesmo do filho nascer. Cuidado com a forma como demonstra isso para seu filho. A escolha profissional precisa ser feita por ele e não por você.
Procure manter um posicionamento companheiro, cúmplice para que ele possa ter em você um “porto seguro”. Alguém com quem ele possa partilhar suas angústias.
Auxilie-o a buscar dentro de si aquilo que lhe dá mais prazer e satisfação. Conte a ele sua experiência.
Busque, junto com seu filho, profissionais de diferentes áreas para contar suas experiências. Com isso, ele poderá entrar em contato com diversas opiniões e vivências e assim, decidir com mais firmeza aquilo que ele gostaria de fazer.
Para que o adolescente tome sua decisão de modo autêntico é necessário que o conhecimento tenha sido obtido ao longo dos anos, através de conhecimento sobre o meio social, laboral e educativo dos profissionais.
O que também poderá auxiliar nesse processo serão as vivências e reflexões sobre suas características de personalidade e suas afinidades com as exigências de cada carreira.
Caso você esteja encontrando dificuldades para orientá-lo, busque orientação de um profissional.


AFETIVIDADE: O QUE É ISSO?


A afetividade é um conjunto de respostas subjetivas e definidas. Essas respostas são expressas através dos sentimentos, as emoções, sensações, estados emocionais, desejos, paixões, necessidades e humores.
A afetividade determina a atitude das pessoas diante das experiências, ela é o que impulsiona nossas vivências.
É através dos afetos que qualificamos os objetos do nosso mundo interior e do nosso mundo exterior. É através dos afetos que qualificamos nossas vivencias diárias, se estou com raiva, se estou triste, se estou contente, se estou apaixonado e assim por diante, aquilo que a pessoa está vivenciando a cada momento da vida.
A afetividade interfere na representação que cada um de nós tem do mundo, na qualidade das nossas representações, é o que dá cor aos nossos pensamentos, motivações e sentimentos: se a vida é mais colorida ou menos colorida, se a visão do futuro é mais otimista ou pessimista.
         Ela está presente em todos os momentos de nossa vida!
A demonstração de afetividade favorece o crescimento psíquico-social. O nosso desenvolvimento emocional depende da afetividade. Ou seja, a afetividade interfere no crescimento pessoal de cada um de nós.
         É possível desenvolver a afetividade principalmente com relação as crianças , pois ela se dá paralelamente ao processo de desenvolvimento cognitivo. É possível que a afetividade se desenvolva de outra forma desde a infância com os pais e professores auxiliando-as em um processo de reconhecimento de suas emoções sem priorizar essa ou aquela emoção como sendo melhor ou pior, mas buscando auxiliá-la na nomeação do que esta sentindo, ajudando as a verbalizar o que esta acontecendo e assim auxiliá-las na busca por respostas para os seus problemas.
No caso dos adultos esse desenvolvimento pode ser obtido através de um processo terapêutico em que ele junto ao terapeuta crie novas lógicas de conduta afetiva. 
Na nossa cultura existe uma idéia de que demonstrar as emoções é coisa para mulheres, homens não choram e etc e a nossa afetividade depende só de fatores internos, mas também do meio social ao qual estamos inseridos.
As emoções causam efeitos intensos e imediatos no nosso organismo e no nosso modo de lidar com as situações e muitas vezes o aprendizado emocional foi complicado na infância e isso repercute para a vida toda.
Muitas vezes os pais ao educarem os filhos agem de forma negativa na preparação emocional. As crianças costumam ser recriminadas por apresentarem determinados sentimentos, valorizando alguns sentimentos em detrimento de outros que a criança possa apresentar.
Sem a afetividade os nossos papéis são cumpridos de forma mecânica e não apresentamos vitalidade e criatividade. 
A apatia afetiva pode ser observada em alguns transtornos neuróticos. A diminuição do afeto, por exemplo, pode estar presente em várias enfermidades mentais. No entanto a indiferença afetiva é característica de algumas personalidades anti-sociais ou psicopatias em que os indivíduos apresentam ausência de vergonha, remorso entre outras emoções.
A afetividade é importante para a estruturação do ser humano.
Quando fazemos parte de um grupo quer ele seja familiar, profissional ou social nos realizamos desejos, necessidades e nos satisfazemos.  Alegramo-nos, nos entristecemos, nos emocionamos ao ver ou participar de algum momento especial.
Portanto sem essas demonstrações de afetividade, sem essas marcas afetivas nossas vidas perderiam a vivacidade, o colorido.

Gisele Lelis Vilela de Oliveira

A NECESSIDADE DO ACOMPANHAMENTO PSICOLÓGICO NAS CIRUGIAS BARIÁTRICAS

 
Escritor por: Gisele Lelis
Data: 14/07/2010

A Organização Mundial de Saúde já classificou a obesidade como uma epidemia, o problema já atinge um terço da população.
A obesidade é uma doença que ameaça a vida, pois reduz significativamente a qualidade de vida, sujeitando as pessoas a diversas comorbidades como hipertensão arterial, doenças coronarianas, problemas sociais e ainda sexuais. É um fenômeno multifatorial e envolve diversos fatores: genéticos, comportamentais, psicológicos, sociais, metabólicos e endócrinos.
Além disso, pessoas portadoras de obesidade são vitimas freqüentes de preconceitos devido às dificuldades que apresenta inclusive com relação a seu comportamento alimentar. A disseminação da magreza como único modo de obter sucesso e felicidade em nossa sociedade é muito forte.  Devido a esses fatores, a obesidade acaba como causadora de diversas psicopatologias como depressão, ansiedade, transtornos alimentares e ainda transtornos de personalidade.
Em conseqüência de tudo isso e também devido ao insucesso de tratamentos convencionais para o emagrecimento, a cirurgia tornou-se a forma mais eficiente de minimizar ou eliminar os problemas enfrentados.
Embora a cirurgia traga benefícios ela também traz diversas restrições, e para aprender a lidar com elas é muito importante o acompanhamento de um psicólogo.
No processo de pré-operatório o candidato a cirurgia precisa ser conscientizado de todas as mudanças pelas quais ele passará, pois muitos dos candidatos encaram o procedimento cirúrgico como um milagre e possibilidade de ser feliz. O desejo é realizar mudanças físicas e até mesmo relacionais. Mudar sua história, que até aqui é marcada de preconceitos e limitações físicas e emocionais.
Com todas essas expectativas em torno da cirurgia, é necessário deixar claro que ela trará saúde e que a felicidade não é um privilégio dos magros. É importante que o obeso entenda que os magros também têm problemas e também sofrem com preconceito, falta de emprego e dificuldades de relacionamento social e amoroso.
Para um bom prognóstico, o acompanhamento psicológico no pré e pós-operatório é fundamental, pois ele poderá proporcionar condições para que tome decisões de forma mais consciente com relação à cirurgia, avaliando-o de acordo com sua singularidade e preparando-o para aceitar todas as mudanças de hábitos e estilo de vida.
O processo psicoterapêutico ira viabilizar consciência corporal, melhora na auto-estima, mudanças no comportamento alimentar, além de trabalhar os vínculos sociais e amorosos, visando com isso à formação de uma nova identidade e também uma participação efetiva no seu emagrecimento.  Afinal de contas as mudanças serão muitas!
 

VOCÊ TEM MEDO DE QUE ?




 TV TEM - TEM NOTÍCIAS

Sentimentos de morte iminente, coração disparado, sudorese intensa, dores no peito, falta de ar, tremores, náuseas, tontura., medo de perder o controle da situação ou de enlouquecer, sensação de formigamento, despersonalização...fique atento..isso pode ser um ataque de pânico!

FALANDO SOBRE OBESIDADE MORBIDA

 
TV CÂMARA
 

terça-feira, 8 de março de 2011

MULHERÃO


Texto de Marta Medeiros

Porto Alegre - RS

Peça para um homem descrever um mulherão.
“Ele imediatamente vai falar no tamanho dos seios,
na medida da cintura, no volume dos lábios,
nas pernas, bumbum e cor dos olhos.
Ou vai dizer que tem de ser loira, 1,80m,
siliconada, sorriso colgate.
Mulherões, dentro deste conceito, não existem muitas:
Veras, Giseles, Malus, Adrianes, Lumas e Brunas.
Agora pergunte para uma mulher o que ela considera
um mulherão e você vai descobrir que tem uma em cada esquina.
Mulherão é aquela que pega dois ônibus para ir para o trabalho
e mais dois para voltar, e quando chega em casa,
encontra um tanque lotado de roupa e uma família morta de fome.
Mulherão é aquela que vai de madrugada para a fila garantir
matrícula na escola, e aquela aposentada que passa horas
em pé na fila do banco para buscar uma pensão de 100 reais mensais.
Mulherão é a empresária que administra dezenas de funcionários
de segunda à sexta, e uma família todos os dias da semana.
Mulherão é aquela que sai do trabalho e vai para a faculdade
estudar até às 24 horas para ter uma vida mais digna.
Mulherão é quem volta do supermercado segurando várias sacolas,
depois de ter pesquisado preços e feito malabarismo com o orçamento.
Mulherão é aquela que se depila, que passa cremes, que se maquila,
que faz dieta, que malha, que usa salto alto, meia-calça,
ajeita o cabelo e se perfuma, mesmo sem nenhum convite para ser capa de revista.
Mulherão é quem leva os filhos para escola,
busca os filhos na escola,
leva os filhos para natação, balé, leva os filhos para cama,
conta histórias, dá um beijo e apaga a luz.
Mulherão é aquela mãe de adolescente que não dorme
enquanto ele não chega, e que de manhã bem cedo já está de pé, esquentando o leite.
Mulherão é quem leciona em troca de um salário mínimo,
é quem faz serviços voluntários, é quem colhe uva,
é quem opera pacientes, é quem lava roupa para fora,
é quem bota a mesa, cozinha o feijão e
à tarde trabalha atrás de um balcão.
Mulherão é quem cria os filhos sozinha,
quem dá expediente de 8 horas e
enfrenta menopausa, TPM e menstruação.
Mulherão é quem arruma os armários, coloca as flores nos vasos,
fecha a cortina para o sol não desbotar o sofá
e mantém a geladeira cheia.
Mulherão é quem sabe onde cada coisa está,
o que cada filho sente e qual o melhor remédio para azia.
Marias, Patrícias, Anas, Luanas, Sheilas,Vitórias:
mulheres nota 10 no quesito lindas de morrer,
mas mulherão é quem mata um leão por dia para sobreviver.”
Feliz Dia das Mulheres!"
Como vocês podem ver há diversas possibilidades para ser um mulherão...qual é a sua escolha! Experimente...
Utilizei esse texto para um trabalho realizado na fábrica da Poti em Potirendaba e o pessoal adorou então resolvi compartilhar com vocês...quanto a palestra estarei a disposição.
Beijos

sábado, 5 de março de 2011

CASAMENTOS ACIMA DE 50 ANOS AUMENTAM EM 48%

 
JORNAL DIÁRO DA REGIÃO
Escritor por: Maria Stella Calças
Data: 19/11/2010

Foi em um baile, há nove anos, que a inspetora de alunos Zuleica Ferraz, 55, conheceu o empreiteiro Vittório Vitagliano, 59, em Rio Preto. Na época, os dois estavam divorciados e a solidão deu espaço à paixão. O relacionamento - numa fase mais madura - deu tão certo que agora o casal pretende oficializar a união no ano que vem. Zuleica e Vitagliano fazem parte de um fenômeno crescente no Brasil - nos últimos cinco anos, segundo a pesquisa “Estatísticas do Registro Civil do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de casamentos entre pessoas com mais de 50 anos cresceu 37%.
Em Rio Preto, esse número vai mais além, de 2005 a 2009, o número de casamentos entre essa faixa etária aumentou 48% - foram 129 registros em 2005, contra 191 em 2009. De acordo com dados do IBGE, os homens com mais de 50 anos buscam relacionamentos com mulheres entre 50 a 54 anos. Já as mulheres são maioria nos casamentos com homens acima de 55 anos. O aumento da expectativa de vida dos brasileiros contribui para esse aumento de união entre idosos. “Com o aumento da qualidade de vida e o avanço da medicina, as pessoas têm a oportunidade de se cuidar, prevenir doenças e, com isso, prolongar sua vida social. Agora os idosos também querem ser felizes”, explica a antropóloga Niminon Suzel Pinheiro.
Para a antropóloga, a busca pela felicidade nessa fase da vida mostra também uma mudança na sociedade. “Hoje, o relacionamento entre pessoas mais velhas é mais aceito pela sociedade. Até existem vários eventos voltados para esse público. Há uns anos, terceira idade era todo mundo que tinha mais de 55 anos. Hoje temos pelo menos três níveis de terceira idade: os de 55, os de 70 e os de 90, por exemplo”, diz. “Cada uma dessas fases tem suas necessidades e as pessoas não têm medo de buscar a felicidade”, afirma Niminon.


Relação madura


A psicóloga Gisele Lelis afirma ser muito saudável manter um relacionamento na terceira idade. “Nessa fase da vida mudam as expectativas em relação ao outro, muda o modo como eles veem aquele amor. O relacionamento é mais amadurecido”, diz. “Não que eles não sintam ciúmes ou tenham uma paixão avassaladora, mas é uma relação mais amadurecida. É diferente daquela paixão de adolescente. Isso é muito saudável para o próprio relacionamento.”Zuleica e Vitagliano concordam. “Nesta fase da vida, não tem mais ilusão de príncipe encantado”, diz a inspetora. “Decidimos oficializar a relação porque percebemos que não tem mais jeito: vamos passar o resto da vida juntos”, conta Zuleica. “Temos mais experiência, o que evita a insegurança da juventude”, afirma Vitagliano.

Planos


Quem também planeja se casar nesta fase da vida é a costureira Alice Rodrigues, 60. Divorciada há 20 anos, ela e o segurança Aparecido Miguel Ferreira, 53, vão oficializar a união ainda este ano. “A gente se conheceu há 18 anos, em um baile. Aí começou a paquera, mas namoro mesmo faz cinco anos”, conta Alice.
“Começamos a planejar nosso casamento há dois anos. Já era para ter sido realizado, mas minha mãe morreu há quatro meses, então tivemos que adiar. Mas desse ano não passa”, conta Ferreira, que é divorciado há mais de 20 anos. Para eles, o relacionamento depois dos 50 é ótimo. “É muito melhor do que quando você é jovem porque com a nossa idade você valoriza o companheirismo, a compreensão, coisas que muitas vezes são esquecidas pela mocidade”, afirma a costureira.

Morar junto acaba com o companheirismo’


Namorando há três anos, a aposentada Dulcinéia Marlene, 67 anos, nem pensa em se casar com o também aposentado João Ferreira Filho, 80. “Morar junto acaba com o companheirismo. Nos damos bem e eu não quero colocar isso em risco”, explica a aposentada. Viúva há 11 anos, Dulcinéia está namorando pela primeira vez depois da morte do marido. “É diferente porque você tem mais experiência e não tem mais aquelas ilusões da juventude.” Ela conta que depois que o marido morreu não queria saber de arrumar namorado. “Eu queria era viajar, passear.”
Ferreira é viúvo há 27 anos e teve outras namoradas antes de Dulcinéia. Os dois se conheceram na casa de amigos. “Eu estava lá e ele chegou com a filha. Começamos a conversar e eu contei que gostava muito de viajar - na época eu tinha acabado de voltar da Europa - e ele disse que adorava sair e que ia ao baile toda semana. Depois disso, ele me convidou para ir a um baile. Foi assim que tudo começou”. O primeiro baile levou a uma série de passeios. “Nós começamos a sair com frequência e não paramos mais”, diz a aposentada.
Apesar de estarem sempre juntos, os dois não pensam nem mesmo em casar oficialmente. “Cada um tem a sua casa. Eu fico em Mirassol, cuidando do meu sítio, e ela aqui, é bom porque não dá briga”, afirma Ferreira. Para Dulcinéia, o melhor de morar em casas separadas é não ficar sem assunto. “Sempre que ele chega em casa ou eu na casa dele, a gente tem o que conversar. Se morar junto, acaba ficando sem assunto. É bom estar separado porque mantém o diálogo.”
Desde que começaram a namorar, os dois não param em casa. “Nós vamos ao baile duas vezes por semana, já fizemos várias viagens, inclusive um cruzeiro, e em janeiro vamos para a praia”, conta a aposentada. “Ele é muito companheiro, só não anda de avião”, diz Dulcinéia, que é apaixonada por viagens. Ele afirma que as duas filhas e os netos apoiam o namoro. “Minhas filhas aceitaram sem problemas e meus netos acham até engraçado”, conta o aposentado. Segundo a mulher, as filhas de Ferreira gostam do fato de o pai não ficar sozinho. “Elas sabem que eu estou sempre com ele.”

Regime de separação muda


Essa semana foi aprovada pelo Senado uma lei que aumenta de 60 para 70 anos a idade a partir da qual é obrigatório o casamento em regime de separação de bens. Para começar a valer, a lei precisa ser sancionada pelo presidente da República. A deputada federal Solange Amaral, autora do projeto, afirma que a idade da atual lei não condiz com a expectativa de vida do brasileiro. Hoje, a expectativa de vida calculada no Brasil é de 73 anos.
Para a antropóloga Niminon Suzel Pinheiro, o casamento na terceira idade ainda gera conflitos familiares. “Oficializar uma união nessa fase da vida pode ter alguns problemas. A aceitação dos filhos é muito importante. Muitas vezes os filhos não aceitam porque acreditam que com o novo casamento terão que dividir a herança com o novo cônjuge. Eles (filhos), muitas vezes acham que a nova pessoa com quem o pai ou a mãe está se casando só está interessada nos benefícios que pode receber da união”, explica a antropóloga.
Segundo a psicóloga Gisele Lelis, nem todas as famílias estão prontas para esse tipo de união. “Uma parte das famílias está preparada para lidar com os relacionamentos dos mais velhos. Eles enxergam o idoso como uma pessoa ativa, que pode sim ter um novo relacionamento. Por outro lado, alguns filhos não aceitam essa situação. Eles não conseguem acreditar que os pais se apaixonam novamente. Para eles, os pais estão ficando loucos quando aparecem com um novo amor”.Nesses casos, diz a psicóloga, “os mais jovens têm uma grande dificuldade em entender que, mesmo com a idade mais avançada, essas pessoas ainda podem se apaixonar e viver as mesmas emoções dos jovens.”

DÓI, MAS VALE A PENA DAR A VOLTA POR CMIA


JORNAL BOM DIA
Escritor por: Thiago Roque
Data: 26/09/2010



Década de 80. O ator norte-americano Mickey Rourke filma “Nove Semanas e Meia de Amor” ao lado de Kim Bassinger e é alçado a sex symbol pela crítica do cinema.
Fim dos anos 2000. Mickey Rourke retorna às manchetes da sétima arte com sua atuação em “O Lutador”, pela qual ganha um Globo de Ouro.
Porém, o que aconteceu entre estes dois períodos?
O ator se perdeu: largou o cinema para lutar boxe, ficou com o rosto desfigurado, pegou apenas papéis menores, foi esquecido. Depressão, isolamento, drogas. A volta por cima começou em 2005, com “Sin City”, e se firmou em 2008, com “O Lutador”.
Resumindo: Mickey Rourke deu a volta por cima.


PROCESSO/Lendo o meu resumo acima, parece até roteiro de cinema, não é mesmo?


Mas não é.
Assumir fracassos e se
Responsabilizar pelas
Próprias ações ajuda a
Aumentar a autoestima

Cada pessoa reage à
Sua maneira à
Tentativa de virar o
Jogo a seu favor

Segundo a psicóloga Gisele Lelis Vilela de Oliveira, dar a volta por cima é um processo muitas vezes doloroso, no qual a pessoa precisa assumir suas fraquezas e limitações para poder superar as adversidades.
“Não é fácil assumir os erros, mas isso faz parte do processo de amadurecimento e pode trazer muito aprendizado”, explica Gisele.
Para facilitar essa fase complicada, a psicóloga diz que três etapas precisam ser vencidas. A primeira delas é a aceitação do problema: assumindo que algo não está certo, você poderá pensar melhor sobre de que forma agir com relação às dificuldades.
Negar ou fingir que a adversidade não existe só vai alimentá-la e piorar a situação.
O segundo passo é reconhecer e, principalmente, assumir suas limitações e fraquezas. Aqui, vale destacar que o processo começa solitário -  com a pessoa descobrindo seus pontos fracos.
Depois, é importante que ela não se esconda – estar em contato com pessoas dispostas a ajudar e com o astral em alta é fundamental para se manter firme no propósito de mudar.
Por fim, já que o processo é doloroso, mas necessário, procure aprender com as crises que vierem. “É importante assumir sua vida como protagonista, e não como espectador. Só assim você poderá buscar um crescimento emocional para transformar as dificuldades em oportunidades de aprendizado”, explica a psicóloga.


SINGULAR/Vale destacar aqui que cada pessoa reage à sua maneira a esse processo – só depois de encarar a própria depressão é que o ator Mickei Rourke começou a virar o jogo de sua vida. Porém, também é importante frisar que o final feliz não está apenas na tela do cinema.
O ex-sex symbol, mas ainda astro norte-americano, é apenas um dos personagens dessa história.


Psicóloga atenta para a autossabotagem


A psicóloga Gisele Lelis Vilela de Oliveira reitera que promover este autoconhecimento é fundamental na caminhada rumo à virada de jogo na vida – só assim você não cai no erro da autossabotagem, processo no qual a própria pessoa cria armadilhas para fracassar em suas tentativas de recomeçar. Isso acontece, muitas vezes de forma inconsciente, por conta do medo de mudar.

PAIS SE JUNTAM AOS FILHOS PARA CURTIR A NOITE


JORNAL DIÁRIO DA REGIÃO
Escritor por: Maria Stella Calças
Data: 19/09/2010
Sexta-feira a noite, Larissa Baldissera, 14 anos, sua prima Amanda Baldissera, 15, e a amiga Tamires Rodrigues, 17, se arrumam para irem à “balada”. Mas as adolescentes não vão sozinhas, elas têm uma companhia especial: Rosângela Baldissera, mãe de Larissa.
Sim, Rosângela acompanha a filha na noite rio-pretense. “Eu vou para me divertir, mas também é uma questão de segurança. Assim, eu sei com quem elas estão, com quem foram e com quem vão voltar. E se precisarem de qualquer coisa, estou lá”.
Rosângela não é a única. A empresária Júlia Maria Zoccal Bresser e seu marido Artur Acássio Bresser acompanham a filha Maria Júlia, de 16 anos, em vários eventos, sempre levando a tiracolo uma turma de amigas da jovem. “Elas são uma turminha muito unida, então sempre que saímos levamos algumas conosco. Elas se divertem e nós também”, explica.
Para a psicóloga Gisele Lelis, “se o filho concorda com esse acompanhamento e não se sente invadido, é uma coisa saudável e que pode estreitar os laços entre pais e filhos”. As mães ouvidas pela reportagem dizem fazer questão de manter a privacidade dos filhos. “Respeitamos muito o espaço dela e das amigas, mas elas têm a segurança que, se precisarem de alguma coisa, estamos lá”, afirma Júlia.
A filha da empresária, Maria Júlia, afirma que gosta quando os pais a acompanham. “Eu gosto quando eles vão junto porque eu me divirto e eles também. Nunca me senti invadida, então, para mim, estar com ou sem eles não muda em nada meu comportamento e meu divertimento”, explica. Para Rosângela, ver o divertimento dos filhos não é problema. “Eles estão numa idade maravilhosa, têm que curtir. Eu fico mais tranquila quando estou por perto, mas sempre me policio para dar o máximo de espaço possível. Tudo que é moderado é saudável”, afirma.
Para ela, é muito importante manter essa relação próxima com os filhos. “Eu os acompanho desde pequenos, então para eles isso é normal. Inclusive, eles me chamam, me convidam para ir nos lugares. Sou liberal e muito amiga deles, mas não deixo isso atrapalhar meu papel de mãe. Mantenho o meu controle sobre eles, mas de uma forma saudável”. Assim como faz com Larissa, Rosângela também acompanha o filho Rodolfo, 17 anos. O rapaz conta que nunca ficou constrangido com a companhia da mãe.
“Ela sempre respeitou nosso espaço, inclusive sempre levou amigos meus também, então é bom pra todo mundo”. Larissa diz que gosta da companhia da mãe. “É bom porque não corro o risco de ter que ficar sozinha esperando minha mãe me buscar depois, e muitas vezes nós saímos depois, vamos tomar sopa, conversar”, conta. O marido de Rosângela não a acompanha nas festas. “Ele não gosta de aglomeração, então eu vou sozinha e acabo fazendo amizade com outras mães que também foram levar os filhos”.

Avó


Assim como essas mães, a empresária Lucília Coelho é uma avó nada tradicional. A própria neta Stephanie Coelho, 17 anos, diz que ela é diferente das outras avós. “Meus amigos têm avós que cozinham, ficam em casa, fazem tricô. A minha é mais minha amiga do que avó e me acompanha em muitos eventos”.
Para Lucília essa relação próxima da neta é fruto de uma amizade cultivada desde que a menina era criança. “Nós sempre viajamos muito juntas, desde que ela era pequena, e sempre saímos muito também. Então, acabou sendo uma coisa natural. Hoje, ela me chama para sair”, afirma a avó. Para Stephanie, Lucília é uma grande amiga. “Eu nem chamo ela de avó, chamo de Lucília, e gosto de sair com ela como gosto de sair com meus amigos”.


Atitude determina sucesso das ‘parcerias’


Para psicólogos, se o acompanhamento dos pais em festas, shows e baladas vai ser benéfico ou prejudicial, depende da conduta dos responsáveis. “Tem pais que têm muito medo das baladas. Então, passar um tempo em uma festa dessas com o filho pode ajudá-lo a conhecer esse mundo e entender melhor o estilo de vida do filho. Mas os pais têm que aprender a respeitar o espaço dos filhos. Tem filho que aceita numa boa e curte a companhia do pai, mas tem filho que se sente invadido”, explica a psicóloga Gisele Lelis.Para a também psicóloga Marli Oliveira, “por mais difícil que seja, os pais devem orientar os filhos e liberá-los para algumas baladas. Eles precisam ter experiências individuais, escolhas, frustrações, dificuldades. Até para fazerem os filhos se sentirem dignos de confiança e responsáveis pelas suas atitudes”.
A psicóloga defende que ter pais “modernos” pode prejudicar a formação do adolescente. “Muitas vezes esses se comportam como qualquer colega do filho. Adotam linguagem, comportamento, roupas daquela tribo e até ‘ficam’ com amigos do filho. Não podemos esquecer, nunca, que pais sempre são modelos a serem seguidos pelos filhos. Que referencial esse adolescente terá se seus pais só se comportam dessa forma?”, afirma.


Diálogo


As duas psicólogas concordam quando o assunto é o diálogo. Para Gisele, “o diálogo é o mais importante, independente da presença do pai no evento, porque o pai ficará mais tranquilo se souber onde e com quem o filho vai. Se conhecer os amigos do filho. Tem muitos pais, inclusive, que não se sentiriam a vontade saindo com os filhos. Então, o mais importante é o diálogo”.Marli também aposta numa boa conversa para clarear as coisas. Mesmo porque, segundo ela, os pais não poderão estar o tempo todo ao lado dos filhos. “Eles terão que enfrentar sozinhos várias situações, e darão a resposta que estiver internalizada neles. E tão bom quanto o diálogo é o exemplo, dizer o que é certo ou errado, mas também se comportar coerentemente com o que está dizendo”, afirma Marli.


Presença em festa é liberada


Os portões do recinto de exposições se abrem hoje, às 17h, para o último dia do Carnariopreto. Hoje, se apresentam as bandas Chiclete com Banana e Seu Moço. Os shows começam às 18h30. No ano passado o evento foi alvo de grande polêmica porque o juiz da Vara da Infância e da Juventude de Rio Preto, Osni Assis Pereira, permitiu a entrada de adolescentes de 16 e 17 anos no evento apenas acompanhados dos pais ou de um maior de 18 anos com procuração dos responsáveis pelo menor.
Nesse ano, Pereira permitiu que os jovens entrem desacompanhados. “Infelizmente, no ano passado os pais deixavam os adolescentes na festa e iam embora. Então, a justiça estava sendo feita de boba”, explica o juiz. Os adolescentes nessa faixa etária só não terão acesso à área open bar. “É impossível evitar o uso do álcool por menores de idade em qualquer lugar, não só em eventos como esse. O que falta é a conscientização desse menor de que o álcool faz mal para sua formação moral e para sua saúde. Com essa medida, espero inibir esse uso”, afirma Pereira.
O promotor da Vara da Infância e da Juventude, Cláudio Santos de Moraes, é contra a presença de menores nesse tipo de evento. “Esse local é inadequado para menor de 18 anos, onde tem consumo de bebida alcoólica, de drogas, promiscuidade e tudo o que você imagina de ruim. O menor não tem maturidade para enfrentar esse tipo de coisa”. Para ele, os jovens deveriam ter permissão para participar da micareta apenas acompanhados dos pais. “Estando na companhia do pai, a responsabilidade de fiscalizar o que esse jovem faz, se ele está se excedendo, é dos pais”.

RESSENTIMENTOS, MÁGOAS E CULPAS SÃO CAMINHOS NOCIVOS DE RETENÇÃO DA DOR


JORNAL DIÁRIO DA REGIÃO
Escritor por: Gisele Bortoleto
Data: 05/09/2010

O poeta Carlos Drumond de Andrade tinha razão quando disse que a dor é inevitável, mas que o sofrimento é opcional.
Ao longo da vida acumulamos ressentimentos gerados por algo causado por outras pessoas e também culpas por termos provocado sofrimento a alguém. Mas tem uma hora em que isso tudo precisa ser superado para que a vida possa seguir adiante.
A dor tem limite sim, e depende muito de como cada ser humano encara os ressentimentos gerados por sentimentos como mágoa e culpa. Então, chega de chorar. Tudo o que precisamos é aprender a lidar melhor com estas delicadas reações e seguir um caminho mais suave.
A professora Denise Pará Diniz, terapeuta comportamental e coordenadora do Setor de Gerenciamento de Estresse e Qualidade de Vida da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), diz que o problema é que muita gente pensa que resolver ressentimentos é somente resolver com o outro aquilo que está pendente.
Isso até tem de ser feito. Mas, antes, é preciso entender o que de fato lhe fez mal e porque ganhou tamanha dimensão na sua vida, não para ficar perdido numa demanda emocional, mas para buscar o equilíbrio.


Cultive a autoestima


A autoestima é o melhor antídoto contra qualquer tipo de ressentimento. “Você não pode associar tudo de ruim que acontece a partir de outra pessoa, fato ou comportamento”, diz Denise Diniz.
Raiva, mágoa e ressentimentos quase sempre têm origem na falta da autoestima, ou seja, na falta de amor por si mesmo.
Quando valorizamos demasiadamente a opinião dos outros - amigos, colegas, familiares, companheiros - a nosso respeito, estamos nos apoiando em um terreno movediço porque acabamos nos tornando dependentes. Temos de nos valorizar e reconhecer nosso sistema de valores que é o que permite que tenhamos expectativa maior ou menor em relação ao outro.
“Aquele que se ama, se valoriza e valoriza suas capacidades não se magoa tão facilmente”, diz
Denise. “Ele sabe que tem recursos para gerenciar aquilo de alguma forma e não fica tão magoado, raivoso com relação a alguma decepção com colega de trabalho, namorado ou amigo, por exemplo”, completa.
Temos de procurar, na medida que der, desenvolver nossa autoestima. Por mais que a gente insista em culpar os outros, temos de observar que somos nós que estamos dando esse poder a eles.
A psicóloga e psicopedagoga Silvana Parreira de Jesus diz que é necessário digerir, compreender, mudar e trabalhar esses sentimentos, para que busquemos a evolução e novos comportamentos que tenham êxitos futuros. Podemos aprender a usar frases como “Me desculpe”, “Me perdoe”, “Eu errei” ou “Eu não queria magoar você”.
“Quando há o perdão, desculpa verdadeira e aprendizado, é possível ser feliz”, diz Silvana Parreira. É preciso saber que se hoje alguém errou com você, amanhã você pode errar com alguém. É preciso aprender sempre com os seus erros e não com os dos outros.
Os sentimentos negativos fazem adoecer o corpo e a mente. É necessário sempre questioná-los e, com isso, dar espaço para as ideias e novos comportamentos.
A psicóloga Ana Cristina Penteado Lopes, terapeuta cognitivo-comportamental, diz que muitas vezes, como não sabemos lidar com esses sentimentos tão delicados, ficamos paralisados e vamos desperdiçando pelo caminho as chances de ser felizes.
Perder o emprego ou um ente querido são situações que causam dor. É natural e humano que você sofra quando qualquer coisa assim acontece.
O publicitário J.L.S., 28 anos, participou recentemente de um processo seletivo em uma grande empresa e acreditava estar qualificado para vaga, mas não conseguiu. “Tinha certeza de que a vaga seria minha, mas não foi bem assim. Gostaria que me dissessem onde errei”, diz.
Ana Cristina Lopes garante que ele tem duas opções. Ou fica paralisado, remoendo essa frustração pelo resto da vida, ou a maneira como ele fará a leitura da situação vai definir se esse sofrimento terá ou não continuidade. O publicitário pode fazer uma leitura negativa, derrotista, de incompetência ou como um desafio. Do tipo: “Ainda não chegou minha hora e vamos em frente”.
Para a psicóloga norte-americana Louise L. Hay, autora do livro “Você Pode Curar Sua Vida” (Ed. Best Seller), somos totalmente responsáveis por nossas experiências. Ressentimento e culpa são os padrões mais prejudiciais e com eles criamos nossas próprias doenças.
Neste caso, precisamos, além do médico, procurar dentro de nossos corações para descobrirmos quem precisamos perdoar, inclusive a nós mesmos.
Sabemos que ter essa conversa consigo mesmo não é tarefa fácil. Então, imagine quando precisamos conversar com os outros.


Comportamento CORAÇÃO FERIDO


O estudante L.M.N., 23 anos, brigou com o pai e os dois ficaram sem se falar durante três anos. O pai não concordava com a forma segundo ele “inconsequente” com que o filho levava a vida. Em uma noite, há seis meses, recebeu a notícia de que o pai sofrera um acidente de carro. “Fui correndo, morrendo de medo que ele pudesse estar morto sem que eu tivesse a chance de me reconciliar com ele”, diz.
A oportunidade não poderia ter sido melhor. Ambos estavam fragilizados e o medo da morte, no caso do pai, e do remorso, no caso do estudante, permitiu que acertassem as diferenças.
“Acredito que ele continue não concordando comigo, mas pelo menos entendeu que somos pai e filho, nos amamos e isso está acima de tudo”, diz. Os rompimentos podem ter desfecho bom.
A psicóloga Gisele Lelis Viana de Oliveira afirma que a intensidade e duração da vivência de rompimento com alguém importante vão depender de diversos fatores. Inclusive da qualidade dos relacionamentos que a pessoa tem com a família e até mesmo de seu histórico de situações vivenciadas anteriormente.
O processo de separação e de luto é de longo prazo, mas é esperado que a pessoa consiga em algum tempo retomar sua vida. “É comum aparecerem sentimentos como solidão, angústia, sentimentos de culpa, aperto no peito”, diz.
Para seguir em frente, é importante resolver questões pendentes, mágoas, perdoar e ser perdoado.


Lidar com a culpa


A auxiliar administrativa S.C., 35 anos, não consegue se perdoar por ter se envolvido há seis meses com um homem casado. A mulher dele já descobriu o envolvimento. mas ele alega que teme largá-la para não perder o contato com a filha de três anos, assim como já aconteceu com outros dois filhos de um casamento anterior. “Essa situação tem nos causado muito sofrimento porque estamos gostando um do outro de verdade e sempre condenei outras pessoas que saiam com homens casados”, diz.
Além da culpa por estar fazendo uma coisa que socialmente sabe ser errada - uma vez que em nossa sociedade a infidelidade vem carregada de conotações pejorativas - S.C. está magoada também. No fundo, quando a mulher descobriu, ela esperava um desfecho favorável a seu favor, o que não aconteceu até agora. “Também me sinto mal porque sei que, para ela (a esposa), também não deve estar sendo fácil”, afirma.
Como construir um relacionamento com tantos sentimentos negativos?
De acordo com a psicóloga Ana Cristina Lopes, a culpa que ela sente é a reação ao um sentimento de ter prejudicado alguém, ou tentar tomar o lugar de alguém. “Se você faz uma coisa que acha ser errada, você vai se sentir culpada”, diz.
Como a mulher dele descobriu recentemente, o mais indicado é que a auxiliar dê um tempo para que marido e mulher cheguem a um acordo. É preciso também descobrir se ficar com ele será realmente a felicidade dela e deixar claro o que espera.


Conseqüências: Guardar faz mal à saúde


De modo geral, as pessoas costumam remoer a mágoa ou a culpa e reprimir a dor por medo de expor os sentimentos ou de não conseguir colocar para fora toda a angústia que estão sentindo. Mas de acordo com a especialista da Unifesp Denise Pará Diniz, esses sentimentos continuam ali, o tempo todo na cabeça, sem parar, e você não percebe, mas guardá-los faz mal para a mente e para o corpo.
O organismo humano não foi feito para guardar mágoas, culpas ou outro tipo qualquer de sentimento ruim. O corpo e a mente vão ficando pesados à medida em que eles se acumulam e uma hora a panela de pressão explode, como forma de aliviar o sofrimento.
Mas na hora da explosão, a pessoa se sente tão sufocada que sai magoando outras que estão ao seu redor sem perceber. É preciso tempo e paciência para aprender a lidar com os sentimentos sem ferir as pessoas e nem a si mesmo.
Na medida em que vamos acumulando esses sentimentos e damos a ele uma conotação negativa maior do que de fato ele deveria ter, sufocamos nossos limites emocionais. Aí, começam a aparecer os sintomas.
O problema é que todos nós criamos expectativas sobre a vida e não fomos treinados para lidar com as frustrações. Mas quando elas extrapolam este limite (lembre-se que cada um tem o seu) e nos fazem sofrer, significa que alguma coisa está em desequilíbrio e temos de resolver.
A dor emocional se torna física quando a intensidade que damos ao fato que nos magoa chega a interferir na atividade cerebral de modo a dificultar o envio de estímulos nervosos responsáveis pela execução de algumas funções de nosso organismo.
O cérebro deixa de comandar alguma função e o corpo reage sinalizando onde está o problema. Nossos pensamentos são fonte de risco para o estresse que o ser humano pode desenvolver e desencadear doenças. (GB)


Problemas relacionados à dor reprimida


Físicos
Asma, alergias, estresse, hipertensão e, a longo prazo, até mesmo câncer
Psíquicos
Agressividade, ansiedade, irritabilidade, nervosismo
Sociais
Apatia, conflitos domésticos, queda de desempenho no trabalho e tendência ao isolamento
Fontes: Reportagem


Dicas

SE VOCÊ SOFRE DE MÁGOA
  • Analise o que causou o ferimento e reconheça as próprias fragilidades;
  • Avalie se pode ter contribuído para a situação;
  • Aceite que está magoado para depois entender quem causou tal sofrimento. À medida em que você reproduz a mágoa, está permitindo que isso possa continuar atingindo-o do ponto de vista físico, psíquico e emocional;
  • Racionalize essa mágoa;
  • Diminua as expectativas em relação ao outro. O outro só o atinge se você quiser;
  • Cuide das feridas emocionais com delicadeza. A pessoa que se respeita recusa o papel de vítima. E, quando você estiver mais calmo, diga o que realmente causou a ofensa;
  • Exponha seus sentimentos, sem acusar, e escute a outra parte. Isso pode desfazer mal-entendidos e abrir espaço para pedidos de desculpas;
  • Perdoe. Perdoar não é esquecer o que lhe fez mal e sim superar e se libertar daquele sentimento ruim.

SE VOCÊ SOFRE DE CULPA
  • Veja o contexto em que agiu e os fatores que podem atenuar essa situação;
  • Assuma um grau de responsabilidade compatível. Se cometeu um erro grave reconheça e tente repará-lo da maneira mais justa possível. Não minimize nem exagere na compensação;
  • Aprenda a superar, gerencie seu estresse. Senão, tanto seu corpo, seu coração ou sua cabeça serão afetados;
  • O desempenho e produtividade vão ficar cada vez menores;
  • Peça perdão a quem você possa ter atingido. Para isso, não é preciso se humilhar, nem deixar que a outra pessoa o manipule;
  • Perdoe-se. Tente ver as situações difíceis como uma etapa necessária ao seu crescimento pessoal.

EM AMBOS OS CASOS
  • Cultive a autoestima. Este é o melhor antídoto contra qualquer tipo de ressentimento;
  • Ressentimentos quase sempre têm origem na falta da autoestima, ou seja, a falta de amor por si mesmo
  • Dê o justo valor ao outro. Não o valorize demais. Quando valorizamos muito o olhar dos amigos, dos colegas, dos familiares ou dos companheiros acabamos nos tornando dependentes. Por mais que a gente insista em culpar os outros, temos de observar que somos nós que damos esse poder a eles;
  • Valorize-se. Aquele que se ama, se valoriza e valoriza suas capacidades não se magoa tão facilmente.