quarta-feira, 9 de março de 2011

A NECESSIDADE DO ACOMPANHAMENTO PSICOLÓGICO NAS CIRUGIAS BARIÁTRICAS

 
Escritor por: Gisele Lelis
Data: 14/07/2010

A Organização Mundial de Saúde já classificou a obesidade como uma epidemia, o problema já atinge um terço da população.
A obesidade é uma doença que ameaça a vida, pois reduz significativamente a qualidade de vida, sujeitando as pessoas a diversas comorbidades como hipertensão arterial, doenças coronarianas, problemas sociais e ainda sexuais. É um fenômeno multifatorial e envolve diversos fatores: genéticos, comportamentais, psicológicos, sociais, metabólicos e endócrinos.
Além disso, pessoas portadoras de obesidade são vitimas freqüentes de preconceitos devido às dificuldades que apresenta inclusive com relação a seu comportamento alimentar. A disseminação da magreza como único modo de obter sucesso e felicidade em nossa sociedade é muito forte.  Devido a esses fatores, a obesidade acaba como causadora de diversas psicopatologias como depressão, ansiedade, transtornos alimentares e ainda transtornos de personalidade.
Em conseqüência de tudo isso e também devido ao insucesso de tratamentos convencionais para o emagrecimento, a cirurgia tornou-se a forma mais eficiente de minimizar ou eliminar os problemas enfrentados.
Embora a cirurgia traga benefícios ela também traz diversas restrições, e para aprender a lidar com elas é muito importante o acompanhamento de um psicólogo.
No processo de pré-operatório o candidato a cirurgia precisa ser conscientizado de todas as mudanças pelas quais ele passará, pois muitos dos candidatos encaram o procedimento cirúrgico como um milagre e possibilidade de ser feliz. O desejo é realizar mudanças físicas e até mesmo relacionais. Mudar sua história, que até aqui é marcada de preconceitos e limitações físicas e emocionais.
Com todas essas expectativas em torno da cirurgia, é necessário deixar claro que ela trará saúde e que a felicidade não é um privilégio dos magros. É importante que o obeso entenda que os magros também têm problemas e também sofrem com preconceito, falta de emprego e dificuldades de relacionamento social e amoroso.
Para um bom prognóstico, o acompanhamento psicológico no pré e pós-operatório é fundamental, pois ele poderá proporcionar condições para que tome decisões de forma mais consciente com relação à cirurgia, avaliando-o de acordo com sua singularidade e preparando-o para aceitar todas as mudanças de hábitos e estilo de vida.
O processo psicoterapêutico ira viabilizar consciência corporal, melhora na auto-estima, mudanças no comportamento alimentar, além de trabalhar os vínculos sociais e amorosos, visando com isso à formação de uma nova identidade e também uma participação efetiva no seu emagrecimento.  Afinal de contas as mudanças serão muitas!
 

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