domingo, 20 de novembro de 2011

AUTOCONHECIMENTO




QUESTIONÁRIO INTERNO
Fazer as perguntas certas a si mesmo é posicionar-se na vida de forma mais consciente
DIÁRIO DA REGIÃO- REVISTA BEM ESTAR    
 São José do Rio Preto, 30 de outubro de 2011
 jessica.reis@diarioweb.com.br



“Perguntar não ofende”,diz o provérbio. Mas, na prática, perguntas erradas podem ofender e muito. É por  Isso que o questionamento certo faz toda a diferença. Saber fazer a pergunta certa é tão importante que já existe até uma organização especializada no assunto. A Right Question Institute (Instituto da Pergunta certa) fica em Cambridge, na costa leste dos Estados Unidos. O objetivo do Instituto é auxiliar as pessoas a ajudarem a si mesmas.
Tudo começou a partir da observação do relacionamento de pais com os filhos, e de cada pessoa consigo mesma. Inicialmente, o instituto criou as perguntas certas para que os pais fizessem aos filhos, mas isso  tornou os pais dependentes das tais perguntas. O RQI percebeu que os questionamentos não poderiam
ser padronizados. Foi criada, então, uma outra organização, cujo objetivo era ensinar as pessoas a  formularem as próprias perguntas. O Question Formulation Technique (Técnica de Formulação de Questões) ensina que a forma mais eficiente de formular perguntas é focá-las nas decisões. Parece fácil, mas não é.
A psicóloga e psicodramatista Gisele Lelis Vilela de Oliveira diz que as decisões que tomamos na vida podem ser influenciadas pelas respostas que recebemos. Segundo a especialista, estamos o tempo todo nos posicionando diante da vida, às vezes de forma mais objetiva, mais clara e pensada; em outras, de forma mecânica e impensada. “Esse processo de perguntas certas pode ser considerado um momento de busca por mais autoconhecimento, por mais entendimento de si mesmo e de suas decisões. Algumas vezes, fazer a pergunta certa pode nos mostrar que estamos percorrendo um caminho diferente daquele que desejávamos e isso pode ser muito incômodo”, explica.
Segundo a especialista, é preciso parar para refletir sobre nossas decisões, é preciso um tempo para nos posicionarmos diante de nossa vida de forma mais consciente. É importante questionar se estamos  realmente conectados com nossos objetivos internos. Isso nos auxilia a tomar as melhores decisões.
Para Kátia Ricardi Abreu, psicóloga clínica, as perguntas certas podem acelerar o processo de decisão. Isso porque, quando a pergunta é clara, objetiva, a resposta tende a ser da mesma forma e isso acelera o
processo de decisão. Mas não é o que acontece na maior parte das vezes. “A objetividade e a clareza na comunicação torna o relacionamento produtivo, agradável e seguro, pois elimina- se o desgaste de ter que decifrar o que a pessoa falou”, diz.
As respostas certas existem, basta saber acessá-las. E, segundo a psicóloga Gisele, as perguntas certas nos auxiliam a obter respostas que nos tocam profundamente e, às vezes, nos incomodam. A especialista diz
que as perguntas feitas a nós mesmos podem trazer mais consciência acerca do que estamos decidindo para nossa vida.


Aprenda a se comunicar
Aprender a nos questionarmos corretamente para saber se estamos no caminho certo, seja ele profissional ou pessoal, é muito importante. A psicóloga Kátia Ricardi de Abreu afirma que precisamos aprimorar a forma de comunicação para obter o que necessitamos e desejamos.
 “Precisamos desistir de esperar que os outros adivinhem aquilo que queremos. Precisamos colocar  as perguntas de forma clara para obter respostas claras, recusar respostas  tangenciais e convidar o  interlocutor a declarar o que pensa e sente”, diz. Kátia ainda diz que saber fazer a pergunta certa passa pelo
processo do amadurecimento, pois, na maioria das vezes, as  pessoas sentem medo de falar o que pensam e medo também de ouvir o que o outro sente e pensa. “Convivem com as ilusões e interpretações vagas, até mesmo distorcidas, para não enfrentarem seus pontos fracos e não colocarem em risco seus  relacionamentos mais ou menos saudáveis”, complementa.
Para Gisele Lelis, saber se questionar pode fazer toda a diferença. “Questionar-se sobre sua profissão,  sobre sua vida pessoal, enfim, sobre suas escolhas de maneira mais consciente, de forma que se alcance as
respostas mais reais possíveis, é muito importante. Assim, pode-se perceber se este é o melhor caminho a percorrer para chegar onde quer.” E conclui: “As perguntas mais importantes, muitas vezes, são aquelas que mais nos incomodam, as que mais nos machucam”, diz.

CATIVANTES E TALENTOSAS, CRIANÇAS RIO PRETENSES CONVIVEM COM O SUCESSO


Cidades
 
Pequenos notáveis
São José do Rio Preto, 20 de Novembro, 2011 - 2:15
Cativantes e talentosas, crianças rio-pretenses convivem com o sucesso

Graziela Delalibera


Divulgação
Isabella Mansor Rocha é garota-propaganda de marca de roupas para crianças
É difícil resistir aos encantos dessa turminha. Seja na tela da TV, em fotos de revistas ou desfiles, as crianças cativam principalmente pela sua espontaneidade. Em Rio Preto, é possível encontrar talentos mirins que começam a se destacar e sonham se tornar pequenas estrelas. Com apenas 9 anos, Henrique Borim participa de campanhas publicitárias e desfiles, posa para catálogos de moda apresenta um programa infantil no canal 30.

Para chegar a esse posto, ele participou de uma seleção entre 360 crianças. Sua carreira começou há dois anos. Na ocasião, Henrique chamou a atenção da estilista de uma marca infantil quando acompanhava a mãe, a advogada Wanessa Borim, 35, numa prova de roupas da irmã mais nova, Marjorie, 3. Acabou fazendo as fotos junto com a irmã, e nunca mais parou.

Além da jornada dupla entre o trabalho e os estudos, o garoto faz aulas de basquete e sessões com fonoaudióloga. Neste ano, escolheu largar o futebol para ter tempo de se dedicar a um curso de teatro. “Depois do primeiro trabalho, ele me disse que queria fazer um curso de modelo e de teatro. Perguntei se tinha certeza e ele respondeu que sim. A partir daí seguiu em frente se dedicando à carreira”, lembra Wanessa.

Recentemente, Henrique foi selecionado para a reedição da novela Carrossel, do SBT, mas a família teria de se transferir para São Paulo durante os nove meses de gravações, o que se tornou inviável.


Divulgação
Carreira de modelo mirim exige disciplina e foco, mas Isabella tira de letra


“Ele queria muito e ficou bem chateado”, lembra a mãe. A seleção para o elenco de Carrossel, no entanto, rendeu uma participação na novela “Amor e Revolução”, que ainda não foi ao ar. Estar ao lado do filho na hora de testes e gravações e auxiliá-los nas decisões faz parte do dia a dia dos pais desses talentos precoces.

Wanessa, por exemplo, viaja com frequência a São Paulo para Henrique participar de testes. Isso porque, além da Woga, agência de modelos de Rio Preto, ele é agenciado pela Vogue, em São Paulo. Às vezes, os trabalhos levam mais de um dia e é preciso dormir na Capital. Rotina parecida é a da gerente comercial Lélia Mansor Rocha, 43, mãe de Isabella, 10. Garota-propaganda de uma marca de roupas infantil, a menina é modelo mirim desde os 6 anos, aparecendo em fotografias, vídeos e passarelas.

Um dos seus trabalhos mais recentes foi a gravação da campanha de Dia das Crianças e Natal da Grendene, para a qual foi escolhida entre 150 crianças. “De vez em quando, tenho de correr para São Paulo quando ela é chamada. Também já viajamos para o Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul”, diz a mãe.

A rotina de criança, no entanto, é preservada. A menina estuda à tarde e, pela manhã, faz tarefa. Na escola, faz aulas de jazz e fica com tempo livre depois que chega do colégio até a hora de dormir. “Sempre que aparece um trabalho pergunto para a Isabella se ela quer ir, se interessa para ela. Não costuma ficar ansiosa.”

A garota foi descoberta por um produtor de moda quando passeava com o pai, o gerente administrativo Marco Antônio Rocha, falecido há dois anos vítima de infarto, aos 46. “O pai dela tinha o maior orgulho do mundo. Agora quando tem que acompanhar eu vou, dou força, faço isso por ele e por ela”, diz a mãe de Isabella.

Rubens Cardia
Ana Beatriz, que já pensa em se preparar para a futura carreira, quer fazer aulas de canto; com agenda cheia, ela faz jazz, inglês e natação
Modelo sonha em em ser cantora

Ainda mais precoce, Ana Beatriz, 7, fez seu primeiro trabalho aos 3 anos, com fotos para o catálogo de uma marca de roupa infantil. De lá para cá, isso passou a ser parte de sua rotina. “O pessoal gosta muito dela. É uma menina obediente, que não dá trabalho durante as sessões de fotos”, diz a mãe de Bia, a comerciante Adriana Melegati, 36.

Ela afirma que a filha é esforçada e focada em suas responsabilidades. Em casa Bia tem horário para brincar e estudar, e ainda sobra tempo para fazer suas atividades extras. “Eu e meu marido sempre procuramos manter o bom-senso. Priorizamos os estudos dela.”

Além da escola de manhã, ela frequenta aulas de inglês, jazz e natação. A menina adora fazer fotos, mas seu verdadeiro sonho é ser cantora. E já pensa em se preparar para a futura carreira: há poucos dias, pediu para a mãe inscrevê-la num curso de canto.

Pressão traz prejuízos psicológicos

Ter um filho pequeno com agenda de adulto merece atenção especial dos pais. A psicóloga clínica e psicodramatista Gisele Lelis Vilela de Oliveira diz que a melhor forma de proceder é aproximar-se do filho, sendo sua referência afetiva, seu porto seguro.

“Ouça seu filho e busque compreender o que é importante para ele. Assim os filhos não se sentirão cobrados pelo que estão fazendo. Decidam juntos o que fazer. A criança precisa que os pais lhe tragam referências do que pode não ser saudável para ela”, diz.

Se o pequeno fica constantemente sob pressão, isso pode trazer sérias consequências, segundo a psicóloga. “As expectativas elevadas tanto dos pais quanto das crianças podem lhes causar danos à saúde, como o estresse. Muitas vezes, as crianças são vistas como miniadultos e a pressão sofrida equivale a que o adulto passa”, observa a especialista. As cobranças costumam ser resultado das responsabilidades que os adultos colocam sobre as crianças, o que também gera problemas.

Guilherme Baffi
Henrique usa o salário que recebe como apresentador para comprar o que precisa; “assim ele dá valor e sabe a importância do trabalho”, diz a mãe


“A criança precisa de uma certa liberdade para construir sua própria identidade e também suas expectativas com relação ao futuro”, diz. “Ela pode até se envolver com esses trabalhos, mas os pais não devem obrigá-la a participar disso, o desejo da criança deve ser respeitado.”

Rendimento fica a cargo dos pais

Quando o assunto é dinheiro dos pequenos, a administração fica a cargo dos pais. Com Isabella, todo o cachê que entra vai direto para uma poupança, segundo a mãe, Lélia Rocha. “No primeiro cachê, deixamos ela comprar um cachorrinho, que ela queria muito. Depois, começamos a direcionar tudo para a poupança.”

O pequeno Henrique também poupa, mas é comum ele usar o dinheiro guardado. “Abrimos uma poupança, e o que fica lá é para realizar as vontades dele. No último feriado, por exemplo, fomos à praia e ele comprou uma prancha. Assim ele dá valor e sabe a importância do trabalho, que por meio dele pode conseguir as coisas que quer”, conta a mãe do garoto, Wanessa Borim. “Ele sempre se planeja e quer saber quando os cachês serão pagos.”

Com os irmãos Joaquim, 7, e Catarina, 4, o cachê é sinônimo de diversão. A duplinha faz fotos para marcas infantis de forma esporádica, e toda vez que recebem cachê, a mãe, a designer Rita de Cássia de Alencar Pires, 36, os leva a uma loja de brinquedos.

“Quando tem fotos, eles encaram como uma brincadeira, vão super tranquilos, não se importam com nada, fazem as fotos e está tudo certo. E ficam muito empolgados quando aparece algum trabalho porque sabem que vão ganhar alguma coisa em troca”, diz Rita.