sábado, 5 de março de 2011

VIOLÊNCIA NA ESCOLA


JORNAL BOM DIA
Escritor por: Janaina de Paula
Data: 21/05/2010


A Polícia Militar de Rio Preto registra em média sete casos de brigas em escolas por dia. A gravidade do problema ficou evidente nesta semana. Em três situações sete estudantes tiveram ferimentos e os casos tiveram de ser levados para delegacia de polícia.
O mais recente foi na tarde de quarta-feira, na escola estadual Celso Abad de Mourão, no Solo Sagrado, zona norte.
O adolescente C.H.S.C., 12 anos, foi agredido com socos por um colega de classe durante a aula. O menino sofreu ferimentos nas orelhas, cabeça e no nariz.
De acordo com Elza dos Santos, 52, mãe da vítima, o filho tem problemas de locomoção e anda na ponta dos pés. Por causa da deficiência, o garoto foi vítima de bullying e, consequentemente, de agressões.
“Ele passou mal e vomitou sangue depois do soco que levou no nariz. É uma situação muito humilhante”, conta a mãe.
Ela afirma ainda que não foi a primeira vez que ele foi vítima de agressões. “Eu já reclamei várias vezes com a direção, mas nenhuma providência foi tomada. Agora eu exijo que meu filho seja trocado de classe. Não tenho condições de pagar uma escola particular para ele”.
Depois da confusão, vítima e agressor receberam advertência de três dias. O caso será investigado pela DDM (Delegacia de Defesa da Mulher).
Educação
Por telefone, o BOM DIA entrou em contato com a Secretaria de Educação do estado para saber que providências serão tomadas, mas a assessoria de imprensa da secretaria informou que não conseguiu falar com a direção da escola.
Pais são condenados a pagar indenização e caso gera polêmica
Um casal de Belo Horizonte (MG) foi condenado nesta semana a pagar uma indenização de R$ 8 mil por danos morais, depois de seu filho ter chamado uma colega de classe de “tábua sem peito e sem bunda” em 2008. Diante dos casos recentes de bullying em Rio Preto, o fato dividiu opiniões.
Para a titular da DDM (Delegacia de Defesa da Mulher), Dálice Ceron, a cobrança é legítima.  “Os pais delegam a educação de seus filhos à escola, enquanto a responsabilidade é da própria família. Em algumas situações, só mexendo no bolso conseguimos fazê-los tomar providências.”
A psicóloga Gisele Lelis Vilela de Oliveira é mais ponderada. “Cobrar dos adultos não muda a postura das crianças e adolescentes. Acho que a medida só valeria se houvesse também um acompanhamento psicológico de pais e filhos. É preciso mais diálogo para tentar se colocar no lugar do outro. Castigá-los, tirando algo que gostem muito de fazer, pode ser uma alternativa de correção.”
Ainda segundo a visão de Gisele, quem agride foi agredido um dia ou presenciou uma situação de violência física ou verbal entre pessoas próximas. Os problemas na escola, que surgem cada vez mais cedo, refletem a dificuldade de se ensinar em casa o que é certo e errado.
“Os professores precisam ser orientados sobre como intervir nessas situações”, lembra, sobre a importância de uma reestruturação também do sistema educacional enquanto suporte para a família.

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