domingo, 22 de abril de 2012

SEM ESFORÇO NÃO HÁ CONQUISTA

São José do Rio Preto, 25 de março de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO
ESPECIAL

Nossas realizações dependem muito mais de empenho pessoal, de perseverança, do que de sorte ou influências externas

Gisele Bortoleto
Gisele.bortoleto@diarioweb.com.br

O sucesso e as grandes conquistas humanas não são determinados por sorte ou características genéticas, mas pela combinação de treinamento intensivo, autocontrole, motivação e ousadia. Em qualquer época da história e em qualquer lugar existem infinitas oportunidades à espera de observadores atentos para serem aproveitadas. O olho vê o que o cérebro procura, e o cérebro busca aquilo para o qual está treinado a  reconhecer. Grandes empreendimentos e realizações são produtos de motivação, infinitas horas de  planejamento e execução,  persistência e aprimoramento. “A sorte pode sorrir para alguns felizardos,
mas irá deixá-los assim que estes confiarem apenas no destino e deixarem de se dedicar arduamente para preservar e até ampliar a boa aventurança”, diz a psicóloga Mara LúciaMadureira, especialista em  psicoterapia cognitivo-comportamental e dependência química.
O esforço é condição imprescindível para qualquer que seja a conquista. Não existe dúvida quanto a isso. A própria origem semântica da palavra está no latim e se refere justamente a conseguir com esforço.  Característica da atividade de um ser consciente quando procura vencer uma resistência externa ou interna”, diz o dicionário.
“Aquilo que se conquista tem a característica da valorização, pois é em si uma extensão do eu. Como a realização, também aquilo que foi conquistado passa a ser parte do eu, que se mistura com aquilo que é do
mundo”, diz o psicoterapeuta e escritor Renato Dias Martino, autor do livro “Para Além da  clínica” (Editora Inteligência 3).
A capacidade da conquista necessita da expansão do pensamento e da percepção de necessidade, assim como valorizar essa conquista depende de maturidade emocional. Só uma mente madura pode perceber o valor dessa experiência. Na realidade, o maior esforço na busca pela conquista, ressalta Martino, está nas
experiências internas. Esforçar-se para apaziguar atritos com partes menos amadurecidas de si mesmo sempre foi o maior desafio do ser humano. “O maior obstáculo frente às conquistas é o próprio eu, que muitas vezes é bem capaz de promover autossabotagens em meio aos seus planos e dificultar seu próprio caminho”, explica.
“Nossas conquistas são, na maioria das vezes, resultado da aplicação de energia em uma tarefa. Para  alcançar nossos objetivos, precisamos estar investidos de desejo, de empenho, de comprometimento”,
diz a psicóloga Gisele Lelis Vilela de Oliveira.
Nessa busca, é necessário lançar mão de seus conhecimentos, talento, enfim, de suas melhores "ferramentas” para conquistar sua meta. Muitas vezes, alcançar seus sonhos demanda também de “abrir mão”. Abrir mão de momentos de lazer, de descanso, com os amigos, com a família, entre outros, o que não é tão simples. Conquistar sucesso em qualquer setor da vida demanda esforço, conhecimento,
energia, dedicação. Esses são fatores que motivam os seres humanos na busca por seus objetivos, na luta por seus sonhos. E nessa luta, é necessário comprometer-se com seus desejos, com seus projetos. Ninguém atinge excelência sem esforço, sem um trabalho árduo, sem experiência, sem dedicação, sem o desejo de superar- se a cada instante. “Nesse processo, nosso retorno será sempre do tamanho do  investimento que se faz".
Quando investimos mais, temos um retorno maior, e viceversa”, diz Gisele Lelis.

Ouse Sempre...fazer sempre o mesmo e esperar resultados esplêndidos é quase sempre frustrante. O cérebro melhora suas habilidades a partir de erros cometidos, na tentativa de acertar e
aprender coisas novas. Ousar é preciso. Muitas pessoas desenvolvem descomunal senso de responsabilidade, executam corretamente suas funções, sem jamais  ultrapassar os cargos medianos ou alcançar expressividade social. São assíduas,  pontuais, dedicadas e comprometidas, mas não alcançam reconhecimento público,
promoções salariais significativas ou cargos de liderança. A estas pessoas não faltam sorte, talentos ou aptidões. Falta-lhes motivação para a mudança, ambição e ousadia.
Muitas se sentem felizes e satisfeitas nesse patamar. Outras se frustram e se revoltam quando colegas mais jovens de idade e de empresa se tornam seus chefes ou  conquistam notoriedade.
“A diferença entre ascensão e queda está na capacidade de definir um objetivo,  aprender tudo sobre aquele assunto, dedicar mais de 10 mil horas ao treino de tarefas específicas e desenvolver o domínio das habilidades sociais”, explica a psicóloga
Mara Madureira. Muitos gênios abortam carreiras brilhantes, afundam empresas  consolidas e levam uma existência medíocre graças à dificuldade para se relacionar socialmente, comunicação deficiente e falta de assertividade. Nenhum estudo, complementa a psicóloga, evidencia a existência de genes específicos para os talentos naturais, mas diversas pesquisas realizadas nas últimas cinco décadas apontam os  fatores relacionados ao sucesso e felicidade à capacidade de se autocontrolar, ao treino maciço e à perseverança, ou seja, depende muito mais do empenho pessoal do que de sorte ou influências externas. Pessoas que conseguem resistir às recompensas imediatas em favor de gratificações mais distantes e mais consistentes têm as chances de êxito aumentadas em seus empreendimentos. Entre dormir e trabalhar, ir à festa e estudar, desistir e perseverar, elas escolhem sempre a segunda opção.
Um treinamento intensivo, envolvendo ensaios e erros, aprendizagem e aprimoramento, modifica o cérebro, melhora a condução e precisão dos impulsos elétricos entre as
células nervosas, e traz sofisticação ao desempenho psicomotor e cognitivo de um indivíduo. Isso faz toda a diferença entre os que triunfam e os que fracassam.

Dicas para ‘chegar lá’

Nosso retorno é proporcional ao investimentoque fazemos. Para obter sucesso, é preciso ter foco, saber onde você quer chegar.

Esqueça os atalhos. O caminho do sucesso é um pouco mais longo Abrir mão de recompensas imediatas não significa viver sem prazer e satisfação, apenas esperar um pouco mais por melhores recompensas.

 Autocontrole não é privilégio de poucos, pode ser treinado. Ao invés de se
concentrar em recompensa imediata, mantenha o foco do pensamento no trabalho e nos resultados em médio e longo prazos.


Mantenha-se motivado, pois assim trabalhamos com mais energia e atenção
Felicidade e consumo são coisas diferentes. Você não precisa comprar tudo o
que o mercado oferece para ser feliz.

Livre-se das compulsões por novidades e concentre-se em aprimorar seus  objetivos Ninguém sabe o bastante que não precise aprender mais.

Dedique-se a estudar tudo o que estiver relacionado aos seus objetivos.
Aprimore-se. Descubra mais do que já existe publicado.


Fonte: Gisele Lelis Vilela de Oliveira  e Mara Lúcia Madureira,
psicólogas

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