terça-feira, 11 de outubro de 2011

DE REPENTE A PAIXÃO

São José do Rio Preto, 25 de setembro de 2011


Por que nosso corpo desencadeia tantas alterações (externas e internas, visíveis e invisíveis) quando estamos
apaixonados?
Jéssica Reis
Um olhar pode ser suficiente para determinar uma paixão. “Dizem por aí que os olhos são a janela da alma, e é verdade. Olhar com paixão é definir algo mágico entre duas pessoas. O olhar é o primeiro contato e quem sabe realmente olhar com o coração fica no primeiro lugar da fila da paixão”, diz.
Para entender melhor como acontece a paixão, é preciso saber por quem nos apaixonamos, ou seja, o que chama atenção em um homem ou mulher que pode desencadear a tal da paixão. Segundo a psicóloga Silvana Parreira de Jesus, os homens tendem a valorizar mais o aspecto físico das mulheres. Para Beth, o jeito, a maneira delas de sorrir, de dançar, o charme, o bom humor também são quesitos necessários para atrair um homem. Já as mulheres valorizam mais a inteligência, a independência masculina, a criatividade
e o lado romântico de surpreender, diz Silvana. “As mulheres não buscam apenas um homem fisicamente atrativo, mas que dê segurança e felicidade”, afirma.
Um simples olhar e pronto: a paixão acontece. Nessa fase tão especial da vida, em que a pessoa fica com os pensamentos nas nuvens, o coração bate mais rápido e os olhos brilham, o contato visual é, sim, o primeiro passo para se apaixonar. Para a psicanalista e escritora Beth Valentim, autora de livros como “Essa tal felicidade” ed. Elevação) e “Mequiel – O caçador de sonhos” (ed. Dunya)
Reações bioquímicas
Segundo a psicóloga Gisele Lelis Vilela de Oliveira, estudos mostram que a paixão provoca alterações no funcionamento bioquímico da pessoa. Quando se está apaixonado, libera-se adrenalina na circulação. Outras substâncias que intensificam os sentimentos ligados à paixão e fazem com que tudo pareça Maravilhoso são liberadas no cérebro, além de uma descarga maior de dopamina e serotonina,  que  entam o estado de satisfação e bem-estar. Silvana explica que o nosso cérebro é responsável pelas mudanças
que acontecem com o organismo quando estamos apaixonados. “É responsável porque ele passa por  grandes transformações e mudanças. A paixão faz com que o cérebro fique nas nuvens, isso é, a sensação
de prazer, alegria, amor compartilhado é constante, principalmente nas pessoas que são mais emocionais do
que racionais.” Segundo Beth, quando a pessoa está apaixonada, o cérebro reage porque os hormônios
da felicidade ficam acelerados, o coração pulsa mais, o corpo se modifica, o jeito de falar, suores, entre outras reações, são comandadas pelo cérebro, e o estímulo para isso é a paixão. “As endorfinas são  apazes de muitas coisas. O cérebro faz a pessoa se reconhecer mais bonita, feliz, e os sentimentos ficam
melhor explorados e sintonizados com o desejo de viver. Pois é, a vida fica cor de rosa”, diz.
A psicanalista diz que até a pele se modifica. Isso porque recebe hormônios que a deixa mais elástica, umedecida e sedosa, assim como os lábios, que ficam mais sanguíneos, porque estão sedentos por um beijo, um toque e se expõem à paixão. Beth explica que, segundo estudiosos, a paixão tem um prazo de validade. “Ela duraria mais ou menos oito meses em sua alta, mas depois, se for o caso das pessoas ficarem juntas, tornase amor. Isso não quer dizer que a paixão não possa voltar, ela é cíclica.
E um casal deve ficar atento para saber o que fazer quando sente que a paixão está se despedindo”, afirma.
O passo seguinte
Após a fase de paixão, pode surgir o amor. A escritora explica que, quando esse amor nasce, ele deve ser cuidado, sempre lembrando que a rotina pode fazer sérios danos em sua origem. Cuidar do amor, tentar
inovar, surpreender faz parte da história amorosa. “Mostrar pequenos detalhes de paixão faz ressurgir a memória afetiva. O passado retorna e demonstra certos detalhes da paixão inicial. Esse momento serve para começar uma nova paixão ou um novo tipo de paixão, muito necessário para dar continuidade ao amor”, diz.
Para a psicóloga Gisele, as pessoas que ficam presas ao sentimento da paixão passam a viver em função da outra pessoa e tentam preencher vazios emocionais com a presença do mesmo, e essa relação não é  considerada saudável. A especialista diz que, quando existe paixão e o amor não faz parte da construção do relacionamento, este está fadado a acabar, pois percebe-se que os sentimentos nutridos durante
o período da paixão eram cheios de ilusões e idealizações do outro. “O amor é uma etapa mais madura do relacionamento amoroso, em que as pessoas convivem com o real do outro, com aquilo que é diferente no
outro, convivendo com a singularidade do outro”, explica.
O sexo, segundo Beth, é consequência do estado da paixão. Isso porque a paixão acelera os hormônios, faz com que tudo por ali na arena do sexo fique mais quente e sedutor. “Aquele que sabe se apaixonar
e fazer apaixonar é o mago dos sentimentos.”

EMOÇÕES CEGAM                                             
Como dizem por aí, “o amor é cego”, mas a paixão também. É aí que mora o perigo, segundo Beth, pois as pessoas se esquecem de conhecer melhor um ao outro e isso pode trazer prejuízo à vida a dois. “Nesse tal feitiço, uma pessoa pode levar um grande tombo e se  enganar”, alerta.
“O apaixonado projeta no outro características do amor ideal, do amor romântico e, além disso, muitas vezes, ele se  distancia da própria realidade, o que faz com que não consiga distinguir o real do imaginário.
Tem dificuldade em ser racional”, diz a psicóloga Gisele. Umas das características de que se está “cego de paixão” é passar o tempo todo pensando na pessoa amada. Beth diz que o indivíduo abre os olhos ao
acordar e pensa no outro e viceversa. Qualquer situação faz  lembrar a pessoa, filmes, momentos, músicas. “Estar apaixonado é viver essa magia e, como  em um tapete mágico, o melhor a fazer é sobrevoar a vida.”
A psicanalista explica que a origem da palavra paixão é sofrimento, portanto, a paixão dói, e chega a doer fisicamente ficar longe um do outro. A saudade sentida aumenta com o medo de perder. “A paixão faz
mostrar quem é você nesses momentos, escancara o que você tem guardado no peito, e até o ciúme deve ser equilibrado, porque nela, na paixão, o medo de perder é tanto que o ciúme pode se tornar não um
elo de ligação, mas
é viver essa magia e, como em um tapete mágico, o melhor a fazer é sobrevoar a vida.” A psicanalista explica que a origem da palavra paixão é sofrimento, portanto, a paixão dói, e chega a doer fisicamente
ficar longe um do outro. A saudade sentida aumenta com o medo de perder. “A paixão faz mostrar quem é você nesses momentos, escancara o que você tem guardado no peito, e até o ciúme deve ser equilibrado,
porque nela, na paixão, o medo de perder é tanto que o ciúme pode se tornar não um elo de ligação, mas de afastamento.

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